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Com biofábricas, rastreabilidade e moda consciente, algodão sustentável vira diferencial brasileiro

O algodão é uma fibra natural encontrada em muitos itens básicos, do vestuário à cozinha, de produtos de higiene a papel moeda – o tecido leve e respirável que mantém frescor e maciez, que contribui para a limpeza e ajuda a tratar feridas. Provavelmente, você é uma das muitas pessoas que usam algodão diariamente. Comparado a outras fibras comuns de vestuário, como poliéster sintético e produtos semissintéticos, o algodão tem a vantagem de ser um produto totalmente natural, o que significa, também, que é biodegradável.

Embora o algodão seja uma fibra natural, sua produção, ao longo dos séculos, foi assombrada pelo impacto promovido, entre outros, na forma de poluição e exploração de trabalho. A fibra natural mais abundantemente fabricada no mundo (estima-se que 25 milhões de toneladas de algodão sejam produzidas a cada ano) passou por um caminho tortuoso até chegar à fase atual, marcada pela preocupação global em fazer com que o “ouro branco” seja plantado, colhido, aprimorado e comercializado de forma sustentável e ética.

No que diz respeito ao meio ambiente, o algodão enfrenta alguns obstáculos: geralmente, requer muita água para crescer, e é cultivado principalmente em condições áridas. Isso significa que, em algumas culturas, não apenas grandes quantidades de água são usadas para cultivar algodão todos os anos, mas a produção também contribui para o ressecamento de algumas regiões. E o alto nível de desperdício de água não se deve apenas à irrigação – também é comumente resultado do uso ineficiente da água e da poluição devido ao uso de pesticidas.

Esse cenário, contudo, está cada vez mais distante da realidade brasileira. O país é o maior fornecedor de algodão sustentável do mundo: a fibra produzida aqui é predominantemente cultivada de forma responsável (75% da produção possui certificação socioambiental), gera empregos, movimenta a economia e contribui para uma moda consciente. O Brasil é campeão mundial em produtividade quando o assunto é o algodão sem irrigação: mais de 90% de nossas plantações dependem apenas da água da chuva para se desenvolver.

Em Cristalina, município goiano a cerca de 270 quilômetros da capital Goiânia, imensas colheitadeiras da SLC Agrícola, que podem pesar toneladas, circulam pelas lavouras da fazenda Pamplona colhendo a safra 2021/2022 de algodão. A companhia responde por cerca de 11% da produção brasileira da commodity, estimada em 2,61 milhões de toneladas para a safra encerrada em junho. A SLC é um dos centenas de grupos agrícolas que possuem o selo ABR (Algodão Brasileiro Responsável), um programa que assegura a sustentabilidade da fibra nas boas práticas sociais, ambientais e econômicas. E as práticas abrem um mercado mais valorizado pelos consumidores internos e também no mercado internacional.

“Ainda hoje, precisamos desmistificar a percepção sobre o algodão. Muita gente ainda puxa pelo histórico de trabalho escravo, do alto consumo de agrotóxicos, e essa não é mais a realidade. Hoje, o Brasil é líder mundial em produção de algodão sustentável. E a sustentabilidade é uma demanda muito forte do próprio consumidor. Por isso, focamos na produtividade e eficiência, com rastreabilidade completa de cada fardo”, definiu o diretor executivo da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), Marcio Portocarrero, em uma visita aos vastos campos repletos de algodão da fazenda Pamplona, em Cristalina, acompanhada pela reportagem do Um Só Planeta.

Menos poluição, menos emissões

Nos últimos anos, o Brasil tem se mantido entre os cinco maiores produtores mundiais da fibra, ao lado de países como China, Índia, EUA e Paquistão, e a demanda pelo produto local deve continuar aquecida. No acumulado do ano-safra, já foram exportadas 1,6 milhão de toneladas em pluma, totalizando uma receita de US$ 3,17 bilhões (cerca de R$ 17 bilhões na cotação atual).

O vasto cultivo de algodão orgânico, em vez do algodão convencional, é uma vantagem competitiva para o Brasil tanto pelo viés econômico quanto pelo ambiental. A prática reduz os níveis de poluição da água em 98%, de acordo com um relatório da Water Footprint, uma vez que produtos químicos sintéticos como pesticidas e fertilizantes não são usados.

De acordo com a Textile Exchange, o algodão orgânico cria 46% menos emissões de gases de efeito estufa do que o algodão convencional, simplesmente por não usar fertilizantes e pesticidas que liberam dióxido de nitrogênio e usar menos práticas agrícolas mecanizadas. Por ser livre de fertilizantes e pesticidas, o solo também atua como um “sumidouro de carbono”, absorvendo CO2 da atmosfera.

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) destaca que todas as fazendas certificadas pelos programas Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e Better Cotton Initiative (BCI) – uma organização sem fins lucrativos, criada em 2005, com sede em Genebra, Suíça, que atua para melhorar a produção mundial do algodão para aqueles que o produzem, para o meio em que é cultivado e o para futuro do setor – seguem boas práticas ao longo de todo o processo de manejo do algodão.

O equivalente a 75% de todas as unidades produtivas do país na safra 2019/2020 priorizam o manejo integrado de pragas e o controle biológico em seu sistema de manejo agronômico. Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais adotam os agentes de controle biológicos massivamente nas lavouras de algodão, segundo a Abrapa. Os Estados detêm cinco biofábricas, com a capacidade de atender 1,1 milhão de hectares da pluma na safra 2020/2021 – o correspondente a mais de 80% da produção nacional.

Esses feitos são destacados pelo movimento Sou de Algodão, criado pela Abrapa, em parceria com o Instituto Brasileiro do Algodão (Iba), em 2016, para despertar uma consciência coletiva em torno da moda e do consumo responsável.

Para atingir seus objetivos, o Sou de Algodão busca a união de todos os agentes da cadeia produtiva dessa fibra, passando pelo homem do campo, tecelões, artesãos, fiadores, designers de moda, estilistas e estudantes, produzindo campanhas focadas e conteúdos direcionados ao consumidor final. Além disso, firma parceria com marcas que valorizam a fibra e trabalham com produtos que utilizam, no mínimo, 70% de algodão.

O movimento deu origem à iniciativa de rastreabilidade SouABR, que, através de tecnologia blockchain, rastreia peças de roupa, desde o plantio do algodão certificado até a venda do produto final, para que o consumidor tenha certeza da origem daquilo que está adquirindo e qual o impacto que esta compra teve no meio ambiente, na sociedade e na economia. A matéria-prima certificada permite mapear o caminho percorrido da semente plantada até o guarda-roupa, evidenciando o cuidado cada vez maior com a sustentabilidade em cada etapa do caminho.

Do cultivo à loja: a cadeia do algodão

Produção

A terra é trabalhada para o cultivo do algodão. Com safras apenas uma vez ao ano, as plantas crescem, florescem e os capulhos são colhidos e direcionados para a etapa de beneficiamento.

Beneficiamento

Na algodoeira (usina de beneficiamento), tudo começa com o desmanche do rolo que vem da lavoura para o descaroçamento e limpeza de todas as impurezas da pluma. Na sequência, acontece a prensagem em fardos de, em média, 220 kg, e a separação de duas amostras, uma de cada lado, para as respectivas análises de características intrínsecas e extrínsecas do algodão beneficiado. Aí então é emitido o código de barras do Sistema Abrapa de Identificação (SAI) que garante 100% da rastreabilidade do algodão brasileiro.

Fiação

Depois de produzido e beneficiado, o algodão chega à fiação para ser transformado em fios. A partir daqui, a fibra começa a se transformar.

Malharia e tecelagem

Nessa fase, o fio se une em tramas, formando o tecido que será utilizado na confecção de peças finais. São trabalhadas texturas, padronagens e cores, dando o pontapé inicial no processo criativo dos designers e estilistas.

Confecção

É na confecção que o algodão ganha uma utilidade: com a criatividade de estilistas e costureiros, são produzidas as peças finais com desenhos variados.

Varejo

Nos pontos de venda, as peças encontram o consumidor final. É lá que você escolhe, combina, incrementa e decide como e quando aquela peça será utilizada.

Leia Mais: Com biofábricas, rastreabilidade e moda consciente, algodão sustentável vira diferencial brasileiro | Consumo Consciente | Um só Planeta (globo.com)

Mídia: Um Só Planeta/Globo – 01/08/2022

Author

ampasul

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